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Alexandre Pedro
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domingo, 3 de outubro de 2010

Porque bela se coxa? Porque coxa se bela? Machado de Assis



Porque bela, se coxa? Porque coxa, se bela?

"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas".
Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas.

Abaixo uma frase que me veio à mente.
Do livro, Memórias Póstumas de Brás Cubas.

Porque bela, se coxa, porque coxa, se bela?

A imagem desta frase, revela toda canalhice de Brás Cubas, que se aproxima de Eugênia, sentindo se atraído pela sua beleza, mas recua ao perceber que a bela é coxa, manca.

"Saímos à varanda, dali à chácara, e foi então que notei uma circunstância. Eugênia coxeava um pouco, tão pouco, que eu cheguei a perguntar-lhe se machucara o pé. A mãe calou-se; a filha respondeu sem titubear:
- Não, senhor, sou coxa de nascença.
(...)
Porque bela, se coxa, porque coxa, se bela?"

Percebe nesta frase, a imagem da mulher caminhando em falso, ainda num rebolado sinuoso: "Porque bela, se coxa? Porque coxa, se bela?".

O uso de aliterações, que são repetições de sons consonantais idênticos ou semelhantes, principalmente em sílabas tônicas.

Mais uma vez, Machado.
Bravo!!!!

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