Seja bem vindo!!!
-Entre,
-Tire os sapatos,
-Sente-se e fique à vontade.
-vou pôr uma música.
-Aceita um café?
- Gosta de livros?
- escolha um e vá folheando,
-volto já, com o café.
Alexandre Pedro
e-mail: alexandre.eells@gmail.com

Pesquisar no Cárcere do Ser

sábado, 22 de junho de 2013

Cata Vento


Cata Vento

Naquilo havia vigor. Era mortificante, mortilenta, a passagem do vento:
A história sendo sugada pelo cata-vento que girava e girava e girava.
Esse foi o dia em que acomodamos a história no acostamento pra gente passar.
E passamos.
De peito inflado, braços dados e em altos brados,
carregando no colo o projeto da NOSSA História.

Alexandre Pedro


17.06.2013 (Movimento Passe livre - SP)
Fotografia: Alexandre Pedro 

Beligerância


Beligerância

A poesia não entra em luto:
Infiltra-se no barro
Nas pedras,
No mato,
Nas mesquinharias
E se rompe em grandeza:
Autoritária.
Calem-se os porcos,
Grunhidos não nos proferem! - em radical e léxico.
As cobras sibilam, venenosas: traiçoeiras.
Urremos todos feito leões: 
Proteção às mães, 
de seus embriões.
Esta é a luta da poesia contra o luto. E então, duelemos?!

Alexandre Pedro

PS: não confundamos Patriotismo com Nacionalismo. Na dúvida vire, à esquerda. "E está dito o necessário".

18.06.2013 (Movimento Passe Livre - SP) 
Fotografia: Alexandre Pedro 

sexta-feira, 21 de junho de 2013


Colápso (individual)

Depois de toda luta, ainda que vitorioza, vem a angústia. O triunfo está na superaçao dessa angústia. Se não houver a vitoria haverá essa angústia cancerígena. Supere-a também. Faça vigília. Sentinelas o espreitam: você olha e não vê.
A guerra vem sempre dessa insatisfação com a satisfação das coisas sofisticadas. 

Alexandre Pedro


Arte: “Colapso”; Vasco Vidigal and Carlos Norton.
http://www.radia.fm/?p=952

19.06.2013

sábado, 8 de junho de 2013

Avesso do Avesso do Avesso



"tudo em mim me foi às avessas.
quando criança adulto fui, 
adulto permaneço criança. 
eu poderia ter sido engenheiro do petróleo: 
enclausurei-me em palavras; me tornei poeta.
- E continuo preso ao avesso do que sou."
Alexandre Pedro

Imagem:Workshop: 'Avesso' - processo de criação, inspirado na peça 'Avesso da Alma' apresentada no Teatro de Arena do CCJ em 2012.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Amador


Das coisas que me tenho sou amante; das que não tenho, penso, vejo ou sinto, sou amador. No sentido pleno da palavra sou amador. Sou amador dos amores impossíveis, dos possíveis sou amante. Sou amante amador das almas desalmadas. Sou amador da palavra e amante da poesia. Sou o contraste e o quê de ambíguo no borrão manchado do contrato onde impregna as minhas digitais. Sou amante do vício e amador do tempo. Sou amante dos de pudores tantos que se pudores não tivessem me condenariam. Sou amador do condenável, e nunca do que fora consumado. Sou amador dos sonhos; do consumado, sou amante.
Alexandre Pedro 
*imagem: Doug Beasley; Heartrock