Copos de leite
Em tubos de ensaio fui levar um tanto de água ao mar,
depois ensaiei levar em copos; era para inundar um mar em mim.
A efervescência da água borbulhante na areia inspirou-me que levasse leite.
Voltei em vários copos de longa vida frescos. Eu ia e vinha, ia e vinha, metaforizando o mar encostado nas pedras; o sol nos espionando a pele.
Até que, em mim, nesse ir e vir, afoguei um oceâno com o leite já acima do umbigo. O mar, marulhando, se recolhendo todo, e eu me refazia na linha do horizonte; os olhos ainda trêmulos.