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Alexandre Pedro
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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Charles Baudelaire - O Albatroz


Às vezes, por prazer, os homens da equipagem
Pegam um albatroz, imensa ave dos mares,
Que acompanha, indolente parceiro de viagem,
O navio a singrar por glaucos patamares.
Tão logo o estendem sobre as tábuas do convés,
O monarca do azul, canhestro e envergonhado,
Deixa pender, qual par de remos junto aos pés,
As asas em que fulge um branco imaculado.

Antes tão belo, como é feio na desgraça
Esse viajante agora flácido e acanhado!
Um, com o cachimbo, lhe enche o bico de fumaça,
Outro, a coxear, imita o enfermo outrora alado!

O Poeta se compara ao próncipe da altura
Que enfrenta os vendavais e ri da seta no ar;
Exilado no chão, em meio à turba obscura,
As asas de gigante impedem-no de andar.


Poema extraido do livro Les fleurs du mal (As Flores do Mal),1857.
Livro o qual Baudelaire revela como sendo o livro que dá vazão a todo seu pensamento, todo seu coração, toda sua religião (travestida), todo seu ódio.

*Tradução de Ivan Junqueira

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