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-vou pôr uma música.
-Aceita um café?
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- escolha um e vá folheando,
-volto já, com o café.
Alexandre Pedro
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domingo, 12 de dezembro de 2010

Manuel Bandeira - Unidade


Minh’alma estava naquele instante
Fora de mim longe muito longe

Chegaste!
E desde logo foi Verão
O Verão com as suas palmas
os seus mormaços
os seus ventos de sôfrega mocidade
Debalde os teus afagos insinuavam quebranto e molície
O instinto de penetração já despertado
Era como uma seta de fogo

Foi então que minh’alma veio vindo
Veio vindo de muito longe
Veio vindo
Para de súbito entrar-me violenta e sacudir-me todo
No momento fugaz da
unidade.

" Neste poema Manuel Bandeira fala da relação da caneta, instrumento do poeta, com o próprio poeta. A caneta que reclama o vazio de estar só, e o poeta que chega abruptamente e afaga a caneta, e esta que sente o calor de suas mãos, e se sente como uma seta de fogo.
Até que a inspiração, vem vindo, vem vindo de muito longe e se funde aos dois ( poeta e personagem - caneta ), e explodem em orgasmos, o POEMA. Fundidos num só SER..."
Alexandre Pedro

Um comentário:

  1. Lembro...
    quando conversamos...
    eu e você...
    sobre esse Manuel Bandeira...e sua Unidade...

    Você continua brilhante em suas interpretações...

    Beijos
    Leca

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