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Alexandre Pedro
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terça-feira, 7 de junho de 2011

A menor mulher do Mundo - Sob outras visões


"Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em 'entender'.
Viver ultrapassa todo sentimento".
Clarice Lispector


Fragmento pós leitura do conto "A menor mulher do mundo", de Clarice Lispector.

A menor mulher do mundo
mulher para ser vista de cima, aos teus pés
não admirada...
mas devorada
mulher das profundezas
comparada a um bicho,
uma escrava,
um brinquedo,
uma isca.
motivo de risos,
zombarias
em seu sorrir a incompreensão de não compreender-se,
ou ser compreendida.
em seu ventre o representar da Natureza Humana,
e o terror de ser representada por algo de 45 centímetros;
estampada nas páginas dos jornais;
toda ameaçadora e, pequena.
Calada.
aquela racinha de gente, sempre a recuar e a recuar.
ah, tão Pequena Flor! tão digna de ternura!
mas ela amava, amava por não saber amar, amava o seu modo de amar, tão desgraçadamente amava.
e porque amava, não sabia o quê amar.
Não se lamentará que, para tão curta vida, longo tenha sido o trabalho. Quem já não desejou um sentimento só para si?
Pois olhe, declarou logo uma velha fechando o jornal com decisão - pois olhe, eu só lhe digo uma coisa: Deus sabe o que faz.

Alexandre Pedro

* As frases em itálico foram extraídas do conto em referência - A menor mulher do Mundo - de Clarice Lispector.

O conto "A menor mulher do Mundo" foi publicado na primeira edição de Laços de Família - Clarice Lispector.
Editora Francisco Alves, 1960.

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