Difícil é ser cabra na Etiópia.
É fácil ter a pele seca encostada poeticamente nas paredes das costas, comprimindo o parco estômago, oco.
Difícil é estar na pele da cabra ambiguamente comparada.
A pele turva, áspera tal qual o chão de rachuras do sertão que lasca tiras de sede.
A pele tensa em sua frouxidão ressequida. O âmago no olhar do abutre que circunda a quase vida ou, o que lhe fora e, agora só lhe resta a quase morte.
A única chama está no ventre; nem aos olhos lhe prostra o brilho, pois neles, refletem as sombras das asas do enigmático corvo.
Quantas vidas tem uma alma. Onde estão seus limites?
Um vulto se aproxima...da vida? ...da morte?
Alexandre Pedro
18/08/2011
Texto elaborado para participar de um seleção num projeto de livro da Maitê Proênça - É duro ser cabra na Etiópia - à convite do Professor Adilson Oliveira.
A vida
ResponderExcluirSer sensível
Uma escolha
Abraço
Lá, como cá, Morte e Vida Severina.
ResponderExcluirExcelente o baile das palavras, muito apropriadas, qualidade incontestável do dono da pena.
É disso que eu falo quando digo que a tua luz ilumina minha face nas noites frias de solitude...
Abraços, meu querido.
Perfeito, como tudo quanto escreve querido! Tomara que passe!!! VAI passar na seleção!!! Grande abraço!!!
ResponderExcluirAmigos, desculpem a demora. Vi o carinho de vc´s no dia que comentaram mas, só agora consegui tempo pra responde. Saibam que vc´s me fazem forte; me mostram que vale a pena...adoro tê-los aqui, sempre. Obrigado!
ResponderExcluirAbraço
Adorei!!
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