Estou na Oscar Freire. No almoço mataram dois na televisão.
O cara era modelo.
Na tv ele desfilava enquanto o repórter anunciava sua morte.
.......
Gosto da Oscar Freire. É um lugar que me faz brilhar.
Costumo sair do trabalho ao cair da noite, e, conforme vou andando pela avenida as luzes nos portões dos prédio vão se acendendo. Uma a uma.
Um falso valor me brota no estomago. Devolvo um falso sorriso.
É engraçado esse mundo de fábula em que me vejo ao andar por esta avenida. As pessoas se contrastam. Tudo se contrasta. Eu e os prédios. Eu e a avenida.
As vitrines refletem o sonho exposto em meus olhos.
Meu estomago dialoga com meu bolso.
Vazio
Alexandre Pedro
30-08-2011
e esse diálogo do estômago com o bolso deve ser bom... falam com propriedade da mesma situação vivida.
ResponderExcluire diante da Oscar Freire, o diálogo cresce, se avoluma e demonstra como um vazio pode ser tão imenso, como um nada pode se tornar gigantesco.
quando passo pela Oscar Freire, esbarro o tempo todo com os egos alheios e suas inúmeras sacolas das grifes alheias.
na Oscar Freire, eu sou um estranho, que passa e perpassa, ali não tenho ego, ali igualmente a você, querido, tenho um estômago e um bolso... mas eles não dialogam. os egos alheios tomam todo o ar e eles não respiram para poder emitir a voz.
na Oscar Freire, o nada é como os egos: inflados.
e tudo que se busca realmente na Oscar Freire, é que seu nome seja repetido, lido nos talões e cartões, falado, chamado, gritado... e uma foto tirada para a coluna social da Oscar Freire.
É estranho como sinto conectado à sua escrita, e como me percebo fantasiar, por vezes, e ainda assim querer continuar na fantasia, em detrimento da realidade; e com certa nostalgia voltar para o mundo real e dialogar com o vazio (seja ele do que for...)! FANTÁSTICA produção (como sempre, rs)! Abraço do tamanho do universo, meu querido!!!
ResponderExcluirDaniel, SilverLux...
ResponderExcluirObrigado mais uma vez pelo carinho!