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Alexandre Pedro
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sábado, 14 de julho de 2012

Carne Viva

A vida é de um branco sujo, manchado com sangue da primeira visão que temos de quando começamos a morrer; o nascimento.
Vou transitando, como um quase vivo, por sobre uma corda que vai ficando pra trás, e, vou dando voltas na vida como se ela fosse um ausente meu, sem pensar que a vida é a própria corda, e o trás (passado) é meu próprio pescoço e vou sufocando o inapropriado momento do ego meu. Fixo-me a entender para onde seguem os degraus das escadas rolantes, que correm como rios, mas que me negam ver suas curvas. São passos rasos, degraus que me frustram por tanta determinação. Quisera, eu, ter o dom das escadas rolantes e seguir com tamanha determinação pra lugar nenhum. Viver é habitar um corpo oco, vazio, e que, anseia a solidão dos frigoríficos febris de carnes frias.
Alexandre Pedro


Arte: Franc Fernandes

4 comentários:

  1. Um tanto sombrio, mas bonito. Lembrei-me de Augusto dos Anjos, o estilo é parecido. Um abraço.

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  2. Nem tanto sombrio, muito mais extasiante, como dizia Chaplin: "A única coisa tão inevitável quanto a morte é a vida"
    A maior peça de teatro é a vida, é um romance, uma comédia, uma aventura, um musical e sobretudo um DRAMA eterno, o melhor, tudo é improviso, não há tempo para ensaios...

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  3. Breve eu estarei morto...
    Não importa os dias, os meses, os anos,
    A morte é sempre breve e nunca tarda!
    Querem a palavra "novo"?
    O ovo de Colombo repensado?
    Hoje mesmo eu acordei tarde
    Sem perspectivas,
    Apenas um hálito amargo na boca
    E lembranças de sonhos frescos...
    É um louco! Diriam,
    Ou um vagabundo...
    Mas o que sabem eles da loucura
    Ou da vadiagem sadia que eu vivo?

    Me tragam conhaque, por favor
    Ou me tragam vinho,
    Preciso embriagar-me!
    É preciso transformar a linguagem,
    Ela é um pedaço de pão duro
    Difícil de mastigar...

    As minhas malas
    Há muito estão prontas,
    E o meu terno já veio da lavanderia,
    Apenas o silêncio me incomoda
    E é por isso que eu grito!
    Que me perdoem os vizinhos
    Hoje não é dia de se matar.

    Chega destes pensamentos inconsistentes,
    Chega de não dizer nada,
    De permanecer calado...
    Isto são apenas rascunhos, diriam...
    Melhor rascunhos do que nada!
    Ou do que a ordenação lógica das palavras,
    Viva a incoerência do pensamento!
    A fatalidade da vida!
    Do que me vale o caos organizado?

    Como pão com banana,
    Tomo café com bolacha
    E fumo um baseado,
    E não tenho discursos,
    Apenas um monte palavreados
    Amontados em cima do outro,
    Não tenho treinamento de guerrilheiro,
    Nem pretenção de ser revolucionário latino americano!
    O meu reino é o das malocas,
    É o das favelas cibernéticas,
    E se segura malandro
    Só sobrarão as baratas
    E traças roendo livros!

    Preciso urgentemente escrever minha auto-biografia,
    Preciso urgentemente plantar uma árvore
    Ou compor um samba!
    Mas por enquanto preparo meu arroz integral
    Que eu tô com fome e com saudades da Bahia,
    Que esta solidão... Esta solidão
    Me dói a barriga.

    Do que me vale ser poeta?
    Mais vale uma cerveja gelada
    Do que rimas e versos:
    E aí baby bate um msn pra mim qui eu tô ligado na sua , hen?

    Jogo de palavras, diriam...
    Jogo de palavras...

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