Agradecimentos sinceros ao Pipol Cronópios por incentivo e divulgação.
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05/11/2013 23:45:00 Flores do ócio Por Alexandre Pedro ![]() Amor Tecido Desperdicei a vida tecendo o amor; Vagando sobre o amor tecido, Sobre o amor ter sido tão amortecido amor. De lírios Em teu jardim de lírios vejo coisas e tenho medo de que as coisas em delírios, me vejam. Dois braços Hoje resolvi vestir uma camisa por cima da outra, que é para sentir dois braços abraçando-me a carência. Com o calor, me vi obrigado a amarrar as mangas ao redor do corpo e amarrei com força pra sentir arder em mim, o desejo. Depois, resolvi manter os botões bem abertos, e sentir o soprar do vento amenizando a minha chama. Inodoro
Eu sinto cheiro nas coisas opacas.
O brilho nas coisas sem cheiro. Sinto o odor em mim, e o inodoro vazio. Sinto um sentir, assim, ausente de mim, E tão presente, Mutilado em mim Por todos os lados.
Parasita
Minha fome tem o tamanho do mundo. Sou, por acaso, o acaso que perdeu a inocência; um parasita. Nasci para a arte de nada fazer e a vida é a minha prova dos nove. Vou somando horas, subtraindo o tempo; a vida me vai perpassando. Deixando marcas; na pele, coração, rasgando meu peito e mostrando que se faz presente, mas nunca deixando de esfregar em minha cara que está de partida, e sente fome. *Poemas do livro Flores do Ócio ![]() Sobre o livro: Os poemas de Flores do Ócio são um convite à brincadeira com as palavras na tentativa de burlar a insatisfação dos sentidos atribuídos a cada uma delas. O eu lírico salta de um poema para outro como num grande parque de diversão, mas é na certeza do voltar para casa que se rompe o fantástico e cai pesada a realidade dos amores partidos, da insatisfação social, dos sonhos, da certeza da morte e da Loucura, da solidão...e da própria poesia. O livro é perpassado por um “filete” de fumaça que vai costurando em aliterações e assonâncias um tecido lírico, e o resultado são jogos sinestésicos sob o uso de figuras de linguagem como a metáfora, a ironia, o paradoxo, propostos ao leitor a desvendar a poesia em cada palavra. Afinal, eis que uma flor (enclausurada) vem brotando do ócio. * * *
Alexandre Pedro formou-se em Letras em 2012, na cidade de São Paulo, onde vive. Mantém um blog, Cárcere do Ser, para dissertar sobre trabalhos de outros autores. O blog tem cerca de 39.891 acessos. No curso de Letras, participou de um concurso de poesia e foi o vencedor. Em 2013 lançou seu primeiro livro de poemas, intitulado Flores do Ócio, pela editora Giostri. Oautor dedica-se também ao projeto coletivo "doam-se palavras", com Adrienne Myrtes, Ale Safra, Aleksandro da Costa, Caroline Ramos, Claudio Brittes, Hugo Guimarães e Otavio Ranzani, que será lançado na Balada Literária de 2013. Blog:http://carceredoser.blogspot.com.br Projeto "doam-se palavras":http://doamsepalavras.com.br E-mail: alexandre.eells@gmail.com
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