
Em busca da luz
Minha voz ecoa no silêncio mórbido da noite escura.
Trevas amordaçam minha boca,
Como num áspero sonho sórdido,
Restos de seu sangue em minha roupa.
Corro por desconhecidas ruas,
Olhares me espreitam, me fuzilam.
A procura de saída, me trancam.
Roupas rasgadas, semi-nua.
Presa em vestes límpidas
e embebedadas em silêncio
Meu alívio são morfinas.
Em bosques silenciosos como se chegasse ao céu
encontro-me num torpor em fel.
Regrada pelo tempo e balas,
azuis, verdes, brancas, nenhuma de mel.
Animais em jaulas, cabelos raspados, veias feridas,
contrastam com a pureza prometida.
Em náuseas...
Uma mãe que não é mãe, uma filha...
Um vermelho que não escorre,
Um meu pertencer que não me sai.
Uma vida a gerar em mim.
Uma semente carregada por um pássaro do mal,
não plantada e sim, uma sentença fecundada.
Fruto de uma maldade que se eterniza em minha mente,
e, em meu corpo.
Náuseas explodem abruptamente em águas.
Uma dor.
Uma flor que nasce,
Uma estrela que brilha,
Uma nuvem que destapa o sol,
Uma vida.
Um choro,
Um sorriso,
Um afago,
Uma direção...
...uma memória cicatrizada, e para sempre lembrada no sorriso de uma criança.
Alexandre Pedro
***Este poema tem seus DIREITOS AUTORAIS registrados na Biblioteca Nacional. Reprodução somente possível com pré autorização do autor, Alexandre N. Pedro.
http://www.bn.br/portal/index.jsp?plugin=FbnBuscaEDA&radio=CpfCnpj&codPer=15918944842
Uma poesia sobre estupro que culminou em gravidez?? É o que me parece. Ou então uma mulher pirando completamente com uma gestação indesejada ouo proibida.
ResponderExcluirForte. Marcante. Desesperadora...
Foi na véia! Realmente é essa a ideia...uma mulher que foge nas ruas após um estupro..vai internada, tratada/drogada, e descobre-se grávida! E a estrofe final é o próprio ato de dar a luz...
ResponderExcluirMas, ela acaba aceitando quando no filho um novo destino.
Valeu...forte abraço!
Maravilhoso como sempre!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirSem comentário ..Maravilhoso ...
ResponderExcluirNo começo você se sente a mulher correndo sentindo o perigo, a dor,a insegurança .... depois vc sente a raiva,a vontade de grita, no final tudo passa vem a vontade de chora mas de alegria, porque ali dentro dela há uma vida.
Erick, Ká...valeu a força...
ResponderExcluirÉ otimo ter vc´s aqui....
Ká, é isso mesmo....o ódio, a vergonha, a angústia, revolta..fala alto...mas o sorriso de uma criança fala mais alto...né? rs
Bjao..adorei seu comentário!
é Alê... a dor, vem da dor. A dor ei.
ResponderExcluirbj
_ Ok! Estou aguardando o café!
ResponderExcluirClarice me fita...
_ Cianureto?
_ Não! Agora, não. Apenas o café.
Olha, Olha! quem veio me visitar!!!
ResponderExcluirAdorei!!!!
Clarice fita-me agora...então, preparo o café..e despercebo Clarice...mas Clarices gritam da prateleira de livros...e me rendo....já tenho Clarice nas maos.
De verdade, amei sua visita!
abraço