Algumas vezes ela tenta vir. Vem vindo, vem vindo...
Nem sempre me toca.
Um dia, acredito, ela me toma por todo. E eu, vencido, me acalentarei no seu confortável marasmo.
Minuciosamente me fala aos ouvidos. Palavras de um eu que não é meu.
Ela fita-me os olhos, profundamente me venda. E eu, às cegas, tateio um quase suave sonho.
Acordo, e me busco. Me encontro mas, me ofusco no silêncio envolvente que...que me encrespa às paredes. Do quarto. Do meu estômago.
Uma quase maravilha me arrebata de um quase acordar, e volto a dormir. Então sonho.
Sonho de criança perdida chutando pedrinhas sem perceber estar perdida. Sem ao menos imaginar que outros a procuram.
Nuvens são como algodão doces. E, como!
Como por encanto.
Alexandre Pedro
23/08/2011
Nuvens ou algodão doce não matam essa fome...
ResponderExcluirAinda bem! Senão a inspiração na madrugada não renderia textos maravilhosos desse amigo que transforma carvão em ouro.
Adorei!!! Parabéns!!!
Que bom que gostou, Daniel. Uma honra tê-lo aqui!
ResponderExcluirAbração, e obrigado!
Ale, me encantei com esse duelo. Tem uma frase do Renato Russo bem cliche, mas adoro "Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade" , o que seriamos sem " O Estranho" ?
ResponderExcluirBjoss
Sabe, parece até que se trata de um sonho tão confortável que, ao acordar dele, a vida é que parece ser irreal, e o sonho o mundo verdadeiro. Passa uma sensação de que é nos sonhos que está a realidade, mas uma realidade idealizada que machuca ao se desfazer com o abrir dos olhos, e que traz consigo a dor de não poder retomá-la ao correr de volta a esse sonho e não conseguir sonhá-lo outra vez. Simplesmente BRILHANTE!!
ResponderExcluirQue viagem...da para ver a criança andando devagar cabisbaixa chutando as pedrinhas.
ResponderExcluirUm duelo mesmo, uma luta entre o sonho e o acordar..
Lindo demais...achei triste é impressão?
Ivani, Monge, Aclim,
ResponderExcluirSim, talvez um sonho, triste talvez. Um sonho da vida real, até onde não mais discernimos o real dos sonhos: a loucura; uma possessão do irreal sobre o real, ou vice versa. Não tenho mais sanidade pra discernir....rs
Adoro vcs aqui, me fazendo companhia!
Abraços