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Alexandre Pedro
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Pesquisar no Cárcere do Ser

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Do elo

Algumas vezes ela tenta vir. Vem vindo, vem vindo...

Nem sempre me toca.

Um dia, acredito, ela me toma por todo. E eu, vencido, me acalentarei no seu confortável marasmo.

Minuciosamente me fala aos ouvidos. Palavras de um eu que não é meu.

Ela fita-me os olhos, profundamente me venda. E eu, às cegas, tateio um quase suave sonho.

Acordo, e me busco. Me encontro mas, me ofusco no silêncio envolvente que...que me encrespa às paredes. Do quarto. Do meu estômago.

Uma quase maravilha me arrebata de um quase acordar, e volto a dormir. Então sonho.

Sonho de criança perdida chutando pedrinhas sem perceber estar perdida. Sem ao menos imaginar que outros a procuram.

Nuvens são como algodão doces. E, como!

Como por encanto.


Alexandre Pedro

23/08/2011



6 comentários:

  1. Nuvens ou algodão doce não matam essa fome...
    Ainda bem! Senão a inspiração na madrugada não renderia textos maravilhosos desse amigo que transforma carvão em ouro.
    Adorei!!! Parabéns!!!

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  2. Que bom que gostou, Daniel. Uma honra tê-lo aqui!
    Abração, e obrigado!

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  3. Ale, me encantei com esse duelo. Tem uma frase do Renato Russo bem cliche, mas adoro "Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade" , o que seriamos sem " O Estranho" ?

    Bjoss

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  4. Sabe, parece até que se trata de um sonho tão confortável que, ao acordar dele, a vida é que parece ser irreal, e o sonho o mundo verdadeiro. Passa uma sensação de que é nos sonhos que está a realidade, mas uma realidade idealizada que machuca ao se desfazer com o abrir dos olhos, e que traz consigo a dor de não poder retomá-la ao correr de volta a esse sonho e não conseguir sonhá-lo outra vez. Simplesmente BRILHANTE!!

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  5. Que viagem...da para ver a criança andando devagar cabisbaixa chutando as pedrinhas.

    Um duelo mesmo, uma luta entre o sonho e o acordar..

    Lindo demais...achei triste é impressão?

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  6. Ivani, Monge, Aclim,
    Sim, talvez um sonho, triste talvez. Um sonho da vida real, até onde não mais discernimos o real dos sonhos: a loucura; uma possessão do irreal sobre o real, ou vice versa. Não tenho mais sanidade pra discernir....rs

    Adoro vcs aqui, me fazendo companhia!

    Abraços

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