Seja bem vindo!!!
-Entre,
-Tire os sapatos,
-Sente-se e fique à vontade.
-vou pôr uma música.
-Aceita um café?
- Gosta de livros?
- escolha um e vá folheando,
-volto já, com o café.
Alexandre Pedro
e-mail: alexandre.eells@gmail.com

Pesquisar no Cárcere do Ser

sábado, 14 de abril de 2012




‎"Às vezes , o corpo fica regurgitando ecos de gritos passados, por vezes de dores, outras, alegrias; e nesse abismo do corpo é quase insuportável não sentir o dilacerar dos poros e os tímpanos fraquejarem. A cinza dos dias na luz pálida do sol é anúncio de chuva e o lavrar da alma. A impossível desfragmentação de si em minusculas partículas do estilhaçar dos músculos. Os dedos que me perseguem e me acusam, ao mesmo tempo me abusam num gozo paradisíaco me levando à boca um sinal de psiu. Quem sabe é o silêncio quem me chama. Então, me calo no silêncio árduo dos meus pensamentos e, vejo chegar a hora de copiar bulas de remédios pra não perder o cordão umbilical que me liga ao raciocínio humano que me torna humano, quem sabe! As palavras são venenos encrespados em resíduos de papeis malogrado de catástrofes variáveis. São latas de cervejas e automóveis que me enferrujam a alma, e o meu respirar é um agonizar constante. A cabeça carregada sobre o corpo largado na calçada dos dias passados. A cabeça caída morta na poça de sangue, e a boca cheia de palavras carcomidas. O pensamento é uma cinza de fumaça que sobe do líquido vermelho casto, e se alastra no rastro que arrasta o que não tem futuro. E essa dor contínua, que de olhos já fechados, ainda, posso vê-la?"

Alexandre Pedro

5 comentários:

  1. Poesia cheia de intensidade. Nossas agonia e alegrias formam um mix de sentimentos gritantes em nós..
    Abraços,

    ResponderExcluir
  2. Michelle, estava com saudades de vc por aqui. Grande beijo!
    Alexandre Pedro

    ResponderExcluir
  3. Noooossa, para de ler o livro do desassossego!!!
    Q dinâmica agônica!
    Gostei muito

    ResponderExcluir
  4. Se fosse um quadro, esse texto serio "o grito".

    ResponderExcluir
  5. ...e se alastra no rastro que arrasta o que não tem futuro.

    O que não tem futuro, 'futuriado' está. No seu texto encontro até o passado mais distante e deleito num rio sem agua...

    Bom como sempre!

    bjss meuss

    Catita

    ResponderExcluir