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Alexandre Pedro
e-mail: alexandre.eells@gmail.com

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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Salvo-me de mim mesmo


Salvo-me de mim mesmo

Perco-me dentro de mim,
Como em rios,
meu sangue me leva por veias
que me despejam pela boca.
Não, não sou levado ao coração,
Posto que este, o sou.
Punido pelos meus desejos pecaminosos,
Me encolho num ato de arrependimento
e culpa.
A Deus, clamo.
E a cruz é meu castigo, e minha punição.
Mas não a quero, não sou capaz de encará-la.
Fúria,Angústia e Vergonha,
me absorvem e me batem na face,
A outra?
Jamais, posto que não a tenho.
Pois perdi na ilusão de Te encontrar,
Me perdi e junto comigo, minha face.
Represento a escória para teus filhos
que me chamam de irmão,
mas um vizinho padece ao chão,
-Bastardo!
A irmã do mal me acolhe,
-Aceito,
Gritos, Gargalhadas, Loucura,
Tão bela e contraditória!
Em posição fetal adormeço e
sonho que tudo é Realidade.
Salvo-me de mim mesmo,
dos meus desejos,
dos meus medos,
das minhas descrenças,
das minhas loucuras,
da minha singular-mente.

Alexandre Pedro
03,Out-2010.

Foto: Alexandre Pedro

***Este poema tem seus DIREITOS AUTORAIS registrados na Biblioteca Nacional. Reprodução somente possível com pré autorização do autor, Alexandre N. Pedro.
http://www.bn.br/portal/index.jsp?plugin=FbnBuscaEDA&radio=CpfCnpj&codPer=15918944842

15 comentários:

  1. Como sempre seus poemas me agradam bastante. Gostei do modo como v. desenha um eu lírico perdido em si, tentando buscar caminhos outros para se salvar ou desviar de rotas tristes. A foto é tão bela quanto o poema. É claro que a posição fetal me trouxe lembranças do Requiem, que havia te indicado. Um forte abraço!

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  2. Doentio, asqueroso, desagradável... e muito bonito! Sabe, gostei muito desse teu texto Alexandre. Tenho a impresssão de que é o que mais se assemelha aos meus. Um verso de questionamento, seguido por outro de negação, seguido por outro de contradição, sempre embolando a linha que segue no próximo verso. Até agora esse é meu favorito dos teus escritos.
    PARABÉNS!! ^^
    E sim, ainda estou sem PC... =(

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  3. Luigi, que bom que te agrado! Me agrada muito saber que não está sendo em vão, e que de alguma forma consigo transmitir uma beleza através da nossa maior ferramenta, a palavra. É bom saber que estou aprendendo a extrair o "belo" dessa ferramenta.
    Me faz muito bem esse retorno, esse carinho, essa força. Obrigado, mesmo!
    Forte abraço, amigo!

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  4. Monge, tudo bem?
    Cara, vi seu comentário agora há pouco na sala, durante a aula da Silvana; mas não o encontrei para agradecer.
    De verdade, fiquei muito contente com seu comentário. Estive pensando, e concordo com você, esse texto tem um pouco da sua personalidade mesmo. Não havia percebido...rs.
    Cara, eu curto muito teus comentários; suas interpretações são ótimas, e muitas vezes superam as minhas; e sinto me honrado, confesso, de haver conquistado esse espaço no seu "mundo", tão pouco explorado pelos de fora.
    Forte abraço, e obrigado!

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  5. Luigi, "pra não dizer que não falei da foto"...rs
    A foto é minha sim, em todos os sentidos, e fiz especialmente para ilustrar este poema. A princípio tive medo de postar, mas quem viu, curtiu. Ponto pra mim...hehe
    A imagem construída, o esconder o rosto, a posição fetal, a tensão nos dedos, o enrijecer dos músculos, e sobretudo a linha tatuada foi previamente pensado para transmitir a sensação de angústia, medo, vergonha, dor, loucura...
    Enfim...rs
    Abraço,

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  6. E não é a vida uma sobreviv~encia de minuto a minuto de não nos matarmos, com maus hábitos, com má palavras, com maus pensamentos...

    Luta constante e sangrenta, dói, machuca muito, quem vê acha normal, porque para si só lhe importa a sua própria. Cada ser um campo de batalha mortal que o desfecho só é adiado, e adiado...

    e adiado...

    e adiado...

    ...

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  7. Nathi,
    Que bom tê-la por aqui...adorei seu comentário.
    A vida, a mente é um enigma que nunca será decifrado....a angustia, o tédio, o medo, a dor são sensações que jamais teremos respostas....sempre adiando...adiando..adiando,
    ..até o fim...
    Bjão..

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  8. Aleee...
    esse é um desafio e tanto...nos salvar de nós mesmos...nos proteger do habita nossos pensamentos...
    impulsos...emoções...

    E como você por experiência própria ou intuição...sabe e escreve visceralmente sobre isso...

    "Salvo-me de mim mesmo,
    dos meus desejos,
    dos meus medos,
    das minhas descrenças,
    das minhas loucuras,
    da minha singular-mente."

    Amei...
    Amo...o que você me faz pensar...

    Beijossss

    Leca

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  9. Experiência, talvez, intuição, talvez ?!?! Ninguém melhor pra falar da mente humana do que você...rs
    Obrigado, Lekinha. Adorei seu comentário!
    Bj Imenso..rs

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  10. Tão triste e tão lindo.... lendo recordo de passagens da minha vida... as mais sofridas.... as mais esquecidas... algumas, as mais importantes!

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  11. Ah, que bom vc por aqui!
    Edson, é triste sim. Somos estes fragmentos que gritam em nós. O importante é superar...hehe.
    Abração,

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  12. São muito bons os seus textos. O que mais gosto é de Bem-vindos....achei mt fofo. Continue assim.
    Bjs

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  13. Jacque, obrigado! Volte mais vezes....adorei sua participação....isso me acresce muito. Valeu mesmo! bjão

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  14. Alexandre, realmente você tem razão! Do outro blog gostei porque também gosto de música, mas deste, sinceramente me encantou muito. Gostei mais deste! Mas passeando por seus escritos me identifiquei muito com suas palavras e seu jeito de escrever.
    Parabéns pelos blogs, em especial pelo "cárcere do ser", e por seu talento.
    Sucesso sempre!
    Abraço, Anderson.

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  15. Muito Bom Alexandre
    estou degustando seu carcere um por um
    parede a parede
    e comenetando é claro
    de que vale um poema
    preso no silencio de quem escuta?

    ------------------------

    são gritos
    gritos de angustia
    preso dentro das grades
    de um carcere privado
    no carcere do ser de si mesmo
    está lá a fenda
    a fenda pro mundo real
    tão real que não sei
    será que vejo ou sonho?
    quem sabe!
    vamos gritar
    vai que alguem escuta!

    Até Alan

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